A LENDA DO BICHO DO RIO JAGUARIBE EM JUCÁS

21/10/2020

Escritores como Almir Mota e Ernando Cavalcante já escreveram sobre a Lenda do bicho do rio em Jucás. Baseando-se em seus escritos e principalmente em relatos da população da cidade, conta-se que uma virgem engravida e resolve fazer um aborto no 7° mês às margens do Rio Jaguaribe, numa região conhecida como Farinha, aonde essa criança viria a se tornar um bicho do rio como conta a crença popular, devido uma maldição por ter sido destinada ao afogamento.

Passando por relatos interessantíssimos, como o hilário episódio do senhor Bastinho, atravessando o rio, viu uma cabeça de bicho se aproximando e assustado com a lenda, tratou logo de cravar a faca no bicho, só depois reparou que havia matado um cachorro, "Matei o melhor cachorro de caçada de tatu". (parceria Blog de Jucás).

Conta que a aparência da criatura era horrenda: orelhas grandes, largas e compridas, um manto de cabelo, olhos salientes, feito duas tochas de fogo, carapaça robusta, pele escamosa.

"Louro onde está o bicho?
O bicho é um desmantelo.
Já dei três tiros nele,
levanta um tufo de pêlo.
Ele tem orelhas grandes,
tem um manto de cabelo,

Tem os olhos salientes,
são duas tochas de fogo.
As orelhas largas e compridas.
Só sendo arte do Diogo,
Dedé entre na canoa,
vamos enfrentar o jogo."

"Porém o Chico Guedes
um dia foi se banhar
aqui no poço Cerâmica.
Sentiu o bicho puxar,
ele botou muita força
vendo a hora se acabar.

Ele disse acuda-me,
não estou aguentando.
Foram buscar uma corda
e foram logo amarrando.
Foram cinco homens de força,
eles ficaram puxando."

A LENDA DO BICHO DO RIO Autor: Ernando Cavalcante de Oliveira. Edição: 2008. Gráfica Jucás


E assim começou a se desenhar a imagem do bicho do rio. Desde sua primeira aparição em de 1914, até os relatos atuais, o bicho vai ganhando casco, calda, escamas, dentes afiados, enfim, todos que tiveram esse terrível encontro com a fera, contribuem com uma descrição para o retrato falado do ser, mitológico, que foi o terror nas águas jucaenses por quase um século. (parceria Blog de Jucás).

Relatos assustadores ainda se disseminavam intensamente pela população nas décadas de 80 e 90, onde pessoas morreram afogadas nas águas do rio sem nenhuma explicação, onde encontraram cadáveres boiando sem indícios de afogamento. "Foi o bicho do rio que matou". Lavadeiras de roupa nas pedras do rio saíam assustadas com a aparição do monstro, com seu dorso assustador e calda escamosa, faziam as mulheres lavadeiras saírem correndo deixando as roupas nas pedras. Pescadores contam que perderam suas varas de pesca ao fisgarem o bicho pensado ser um grande peixe e quando sua cabeça aparecia fora d'água soltavam suas varas de pesca. Pessoas ao tomarem banho no rio se surpreendiam com um pavoroso "puxão" nas pernas e conseguiam se salvar. Essas enriqueciam os relatos que as pessoas que morreram se viam nessa situação de medo e pavor.

São muitos os relatos dessa lenda que durante muito tempo foi assunto nas praças, ruas e calçadas de nossa cidade, onde nossos pais, avós e mais velhos deixavam nossas crianças de "cabelo em pé" ao difundirem as assustadoras histórias do assombroso BICHO DO RIO. 

Texto criado e adaptado pelo editor.

(Enriquecimento) Contém trechos do texto contido em Blog de Jucás

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